Por Letícia Oni
Laurentino
Atleta Asics Front Runner - Brasília
Cuidar da nossa mente é
tão importante quanto cuidar do nosso corpo.
Falamos frequentemente
sobre os benefícios irrefutáveis da atividade física; acreditamos no papel de
um bom nutricionista quando buscamos uma alimentação mais equilibrada e
saudável; nos submetemos a check-ups anuais com diversas especialidades
médicas, etc. Mas quando o assunto é a nossa saúde mental, será que tratamos
com o mesmo cuidado?
"Anima sana in corpore sano"
é a expressão latina que deu o nome e que move a marca ASICS. Na literalidade,
significa “mente saudável em um corpo saudável”. Isso significa que as duas
coisas estão interligadas: para ter um corpo saudável, nossa mente precisa
estar bem. Gosto de dizer que corpo e espírito estão em constante busca de
equilíbrio. Isto é, quando nossa mente está desequilibrada, a tendência é que a
gente perceba sintomas em nosso corpo. O mesmo ocorre quando o corpo não está
tão bem: nossa mente tende a se perder um pouco, pelo menos por alguns
instantes. Por isso a importância de cuidar da mente tão bem quanto cuidamos do
corpo.
É claro
que quando nos dispomos a fazer atividade física, já estamos, de certo modo,
cuidando do corpo e da mente. O que quero dizer aqui é que é muito fácil, em um
momento de desequilíbrio emocional, nos encaminharmos para opostos: às
vezes para o excesso, outras vezes para o isolamento. Isto é, em fases
difíceis, enquanto algumas pessoas abandonam as coisas que mais amam fazer,
outras partem para o exagero.
Explico. Às
vezes, buscamos refúgio para os problemas em algo que amamos. Tem gente que se
esconde no trabalho, na bebida alcoólica, na comida. Por que não aconteceria
com o esporte?! Nós, imersos no ambiente esportivo, puxamos peso,
aumentamos a carga de treino sem motivo, corremos mais forte ou mais longe
que o necessário...Tentamos esconder algo que nos falta nos excedendo em outras
áreas da nossa vida. E, no fim das contas, o que precisamos é de alguém que nos
ouça e nos auxilie.
A minha
experiência foi no ano passado. Tive muitos momentos complicados. Não
tenho dúvidas de que a corrida foi o meu maior refúgio e me manteve sã por um
bom tempo. Mas finalmente percebi que, na maioria das vezes, não é o
suficiente. No meu caso, por exemplo, comecei a usar a corrida para fugir de
tudo o que estava sentindo. Estava triste, ia correr. Estava com raiva, ia
correr. Tinha um dia ruim, ia correr. Alguns dias, quanto mais cheia estava
minha cabeça, mais rápido e forte eu tentava correr. Percebi que quando eu
não sabia lidar com um sentimento, eu usava a corrida para abafar o que estava
sentindo. O que esse padrão me causou? Abafei meus sentimentos por algum tempo
e não lidei com eles de maneira apropriada. Após um tempo, perdi a vontade
de correr. E acabei agravando o processo de estafa mental que já estava
instalado.
Usar o
esporte como terapia pode ser uma das saídas para manter a mente saudável e em
equilíbrio com o corpo. Porém, não podemos esquecer que, em determinados casos,
só um profissional será capaz de desenrolar o misto de sensações que nos
rodeiam. A tendência é que, não lidando bem com nossas emoções, canalizaremos
em outros aspectos da vida. Acabamos por maltratar o corpo e buscamos esquecer
sensações que precisam ser sentidas e cuidadas, gerando desequilíbrio e
adoecendo o corpo e o espírito.
Tão
importante quanto a planilha de treinos é a nossa saúde mental. Não podemos
abrir mão. E se nos valemos do esporte (ou qualquer outra coisa) para
abafar sentimentos, talvez seja necessário recalcular a rota e olhar para
dentro. Só assim será possível alcançar o equilíbrio da mente sã em um corpo
são.
Muito legal essa matéria que vai nos ajudar muito nas provas. Obrigado Letícia.
ResponderExcluirCarlos Rosa