Por Anmielle Siqueira de Carvalho
Ultramaratonista e Ciclista do Rio de Janeiro
Uma reflexão sobre empatia, mobilidade urbana e turismo
Já faz tempo que a bicicleta chegou ao Brasil, mais precisamente, no final do século XIX com imigrantes europeus e, desde então, tornou-se meio de transporte para curtas e até longas distâncias.
Capaz de levar-nos por milhares de quilômetros, a bicicleta, como qualquer meio de transporte, necessita de vias adequadas para a sua circulação, seja para o dia a dia, seja dedicada ao turismo. Trafegar pelo acostamento das rodovias, muitas vezes, pode se tornar uma grande e até arriscada aventura.
Quem passa de carro, pode não perceber a grande quantidade de resíduos, desde cacos de vidro a sobras de pneus de caminhões que, com suas farpas, furam as câmaras de ar, obrigando-nos a parar e fazer reparos, atrasando a viagem. Situação ainda mais desconfortável é a ausência de acostamento, quando temos de contar com a educação dos condutores em se atentarem às normas do nosso Código Brasileiro de Trânsito (arts. 58 e 201).
Nas rodovias concedidas, essa realidade não é uma exceção. O ciclista não é considerado quando se trata de limpeza e conservação dos acostamentos. Ele não paga pedágio, é verdade, mas contribui com a economia das cidades por onde passa, consumindo no comércio, hospedando-se nas suas longas aventuras.
As cidades cortadas por exemplo, pela Via Dutra, recebem muitos peregrinos que se dirigem ao Santuário de Aparecida, em sua maioria, em veículos motorizados, mas há os que se aventuram a pé ou de bicicleta em viagens que podem durar dias ou até semanas, dependendo do ponto de partida, disponibilidade e planejamento do aventureiro. Daí é que se faz necessário um olhar mais criterioso às vias de acesso.
Ter acostamento em todo o trajeto mimimizaria também os riscos de acidentes a que estamos sujeitos. Pedalar equilibrando-se na faixa limite da rodovia enquanto carretas e outros veículos nos ultrapassam, muitas vezes de perto, deixa a nossa viagem tensa e perigosa.
E o que buscamos em nosso pedal está voltado a boas emoções: de saber aplicar a cadência adequada a cada trecho, de sentir o vento soprar na face na descida, de controlar a emoção a cada subida vencida. Ah...e não importa se um de nós "entortar o pescoço" (gíria para o ciclista exausto que muda a postura na bike), queremos chegar bem ao nosso objetivo.
Melhorar as condições das rodovias, sob o olhar do ciclista , seria um impulso ao cicloturismo, o qual necessita de segurança para girar por aí sob duas rodas.
O brigado meus amigos por essa aventura que vai ficar na nossas vidas pra sempre 👏👏👏🚴🚴🚴
ResponderExcluirGratidão, Jorge, pelas contribuições e, principalmente, pela companhia no pedal.
ResponderExcluirMuito bom o texto!!
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